Casa na Rua da Natária

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Casa para uma pianista

Esta casa foi construída para uma pianista que desejava ter o seu piano de cauda e um antigo cravo, no piso térreo, em contacto com o pátio posterior e o jardim. Assim, e neste piso, uma escada central, em betão aparente, dividiu a entrada de pessoas e automóveis da Sala de Música, sendo esta iluminada por uma longa janela. No primeiro andar, a escada transformou-se numa estrutura metálica, mais leve e transparente, articulando a cozinha (voltada para a rua) com a sala (voltada para o pátio posterior). No último piso, a mesma escada culminou num longo patamar, ligando os quartos das duas frentes.

A esta frugalidade tipológica correspondeu uma simplicidade de opções arquitetónicas: tetos em betão aparente; paredes rebocadas; pavimentos, caixilharias e móveis de cozinha em madeira; uso pontual de mármore nos sanitários. Os detalhes mais sofisticados foram aplicados aos elementos-chave: à escada metálica, à claraboia central, e sobretudo às fachadas frontal e tardoz. Estas foram erguidas em betão aparente, sendo a sua textura gerada por um molde drapeado, previamente realizado em madeira.

Vista da rua, esta casa vive entre o ecletismo das edificações vizinhas, contrastando com suas formas e cores, não pela sua exuberância, mas pela sua estreiteza, verticalidade e simplicidade.

Este projeto procura dialogar com uma longa tradição arquitetónica do Porto, reinventando o seu lote mais típico – estreito e profundo –, aqui e agora adaptado a novas formas de vida.

Equipa
Pedra Líquida
Cliente
Privado
Ano
2015

Fotografia
José Campos