Hotel MOOV Freixo

O grande cavername

Este projeto lança um desafio: desenhar um hotel de três estrelas, com cerca de cem quartos, garantindo, simultaneamente, a padronização dos sistemas construtivos, a economia dos acabamentos e a originalidade da solução arquitetónica.

A solução reside na criação de um grande “cavername” estrutural, adaptado à forma do lote, em gaveto, mas também às empenas vizinhas, cujas “vértebras” ordenam a compartimentação interna.

A estrutura desenhada, em betão aparente, de cor vermelha, desenvolve-se de modo ritmado, seriando os elementos construtivos e os revestimentos, mas também a composição das fachadas. Ao atingir a rua, essas “vértebras” dobram-se em panos verticais, os quais orientam os vãos para a melhor luz, garantindo ainda o seu ocultamento quando se observa o conjunto a partir do gaveto. O mesmo ocorre na fachada tardoz, onde o ritmo dos panos verticais vai ajudando a compor os sucessivos vãos, na sua relação com o jardim traseiro.

O desnível entre o jardim e a rua permite organizar áreas de serviço, cozinhas, e sala de pequenos almoços (no piso -1), a receção e as áreas administrativas (no piso térreo), articulando-as com alguns quartos especiais. Nos pisos superiores, as “vértebras” vão ordenando os restantes quartos, de acordo com a cércea permitida em cada frente. 

Localizado na antiga zona industrial do Freixo, em Campanhã, este conjunto evoca ainda a memória das suas antigas fábricas, também elas grandes cavernames de construção seriada e ritmada.